Wednesday, April 27, 2011

Criando na matrix



O que é a vida senão uma encenação... Construída dentro dos desejos inconscientes ou conscientes à Papai Noel. O sonho, claro ou escuro, manifestado.  O tal plantar-colher, ação-reação. Nós somos Criadores.

E agora aceitando que realmente se é Criador, me permito abrir os olhos e Ver. Meus olhos podem ver as projeções dessa grande construção. Eu e todas as outras coisas. Pelos meus olhos vejo Beleza. Vejo e sinto e ouço... Tudo que em comunhão sagrada me permite viver. Tudo minha escolha.

E junto ao grande Acaso Sagrado concebi com Graça, dois braços, duas pernas, dois olhos, uma saúde perfeita e capacitada a inspirar e experenciar Nossa criação. Porque se a Vida é Mistério, Ele próprio, a medida do tempo que você começa a Viver ao seu lado, você vê que tudo que a matéria pode experimentar em si e fora de si são partes integrantes dessa projeção articulada. E de quebra ainda nos é possível, além de ver, sentir, tocar, ouvir...

Dessa forma a matéria nem parece assim tão dura e estática, parece mesmo uma construção sem fim, imersa dentro do caos, batizada pelos seus impulsos, dançando segundo a Lei, dentro da Ordem.

E quando nessa matéria se dá espaço para abençoar o holograma, ele ganha vida e dimensão, começa a se criar infinitamente dentro da Beleza inerente ao Princípio. E quando a gente aceita, a vida fica sagrada, cada instante, cada momento.

E viver o instante-agora vira um orgasmo. O prazer infinito de viver a beleza de existir dentro de uma projeção não só de formas, mas de gostos, de cheiros, de cores. De significações, de Geometrias, a projeção natural sagrada. Tudo que é natural holograficamente representando a essência do que não é mensurável, nem calculável.

A experiência de se colocar dentro do todo tira os véus, dá o gosto de viver a vida assim como foi dado o Presente, com o Sol ornando a cabeça, as flores sob os pés. A vida material pode ser e é toda beleza. E dentro da minha profundidade que eu mesma cavei se tornou sagrada e alimentarei meu Espírito construindo juntos tudo que é Nosso por toda eternidade, a beleza, a abundancia, a alegria e o prazer. 


Vê dentro de ti e da lua, no fundo escuro, o que criaste. É o que se vive. E no final, tudo é Escolha. 


por Georgia Cardoso
em 27,4,11

Monday, April 11, 2011

Conhecendo o Tempo

POSTER EM A2 - A descida da Madalena, Paris 2010




Sempre quando escrevo consigo me pôr num lugar bom, sem ficar necessariamente fugindo ou puxando um outro lado da realidade que não me devo permitir tocar. E assim se chamando ansiedade, o futuro me envolve na sua energia magnética porque no hoje não existe concordância entre a busca, a descoberta e a representação.

Bom saber que mesmo nesse perde e ganha ainda dá tempo de conhecer pessoas queridas. E nessa então um super-grande conselho que uma amiga preta e velha me deu sobre o viver no futuro: as flores para darem frutos precisam de TEMPO. 

Plim! Direto pro presente!

Caminhar do lado do tempo me pareceu cortar um pedaço de mim. Caminhar na paciência e contar cada passo de segundo pareceu até uma tortura. Ainda bem que o Tempo mora no ar, assim sei e moro na certeza que vamos nos encontrar. Que preta velha esperta!

Andar no Tempo seria andar pé com pé. Mas se no ar não tem pé, como se anda ao lado do Tempo? Como é o tempo no ar... É um cigano também, já vi!!!! Um Cigano apaixonado por toda a criação, brincando de tudo viver, de tudo saber e sentir. Deixando entrar e sair cada coisa na hora certa. No bom tempo. Do lado do Cigano Tempo não existe mau-tempo. Ele conhece a melhor hora de encaixar todas as coisas, a melhor hora de entrar cada passo de dança e promover dentro do caos universal a dança harmônica dos passos que vem e vão e não se chocam: se complementam.

O tempo não é um dançarino, ele é O coreógrafo.

Ele aprendeu tudo, leu todos os livros. Leu os livros do fogo, do movimento, que respira dentro dele mesmo. Sabe o bom-tempo do impulso certo, da libido boa, do salto da kundalini. Ele conhece o passado, o futuro e o presente. Sabe como encaixar as estações da vida promovendo o melhor aprendizado. O tempo deixou até passar o rio agora para eu sentir como ele é importante para mim, as águas quase transbordaram. E o tempo esperto como é, mesmo no “quase”, entendeu que eram alguns segundos os necessários de vazão para promover o sentir e a segurança da emoção que habita em mim. Deixando assim a dança harmoniosa. O tempo conhece o necessário para a consciência se acender. Conhece as porções e as medidas. O tempo vive nas profundezas do movimento.

E a filha do movimento vai ter que procurar a célula da sabedoria. E quando as duas se cruzarem, o Tempo vai irradiar  e assim promover o encaixe em si próprio porque o Tempo não é nem a chave nem a fechadura, ele é o próprio encaixe. Só ele sabe a hora de se existir.

E dentro do movimento do encaixe, as coisas naturalmente crescem... 


O tempo conhece e sabe a hora que o Sol bate e a água entra, ele sabe a boa hora de jogar a semente. O tempo sabe que existe o momento da colheita e o da plantação, conhece o bom encaixe. O tempo é um guia na hora de levantar as casas e arar o roçado. Sabe e quer que os seus filhos tenham do que comer e se abrigar, pede nele confiar. Ele entende a dança da floresta e a cadeia alimentar.


Na dança que ensina o Tempo é tudo sempre perfeito. Pode confiar nele! 


E assim já se vai-e-vem o Cigano Tempo por aí voando, sussurando baixando: é agora..........