Rasgo as páginas da nova, Cláudia ou qualquer revista que
tentou me ensinar o que era ser mulher. Abro as páginas do meu livro sagrado e
sinto o verdadeiro desabrochar. Sem mídias e propagandas da C&A, cada um é
por dentro algo a mais, um ser mulher. Alegria, música e cor que só os
fauvistas conseguiram relatar. Sem nudez ou pornografias, sem melões e
melancias. O selvagem transvestido de naturalidade, ser espontâneo, luz, vento
e melodia fazem vibrar o frescor dos ventos no cabelo, sorriso colorido e
balada simples que faz acender felicidade, juventude. Mulher jovem brinca de
encantar-se. Dança um movimento descomplicado, sem diluições, sem depravações...
Vai fluindo com os pés no chão, cadência que se ritma espontaneamente, pés e
braços, corpo inteiro e coração. Sou mulher, simples, nem popozuda nem
bailarina. Sem extremos, fauve, mulher de Matisse, mulher de mim mesma. Alegria
é o pólen que me seduz.