Sunday, June 23, 2013

Travessia perfumada, tem sabor de maresia.

Rezo para que cada palavra seja cortante como um meteoro acelerado, rasgando esquinas, ousando entrelinhas... E caía na terra semente... De flor de capim que não pestaneja nem pede permissão para nascer... Para me ensinar os caminhos de se evaporar... Deixar ir, despregar-se de si... Um dia água retirada a força, fazendo da vida sauna esbaforida, sem saída... Intimido cativeiro da hora chegada de se purificar... Erva, magia e segredo do tempo que já se esgotou ou do tempo que não é longo o suficiente para ser dançado.

Mas felizes são meteoros que se fazem flores, pois quando nascem, sublimam cativeiros com a beleza de odores suaves. E do até então suor intimidado, voa o vapor com o perfume rarefeito para um outro lugar dentro de si: renascer num passeio ensolarado, virar vento despreocupado... Desencarnar tudo que foge da paisagem, pra alma branda se misturar de novo ao já combinado esquema: sol, lua, vento e mar.


Sigo golpeando com a lua cheia, pedras d’água sem importância. O caminho agora aberto, faz-me ver que já galopam peixes e sereias no lombo de cavalos marinhos na direção das ondas cristalinas que trazem de volta os sonhos de quem não desistiu de amar. Travessia perfumada, tem sabor de maresia.

jun.2013

No comments:

Post a Comment