Saturday, December 2, 2017

A crise da liberdade

A crise da liberdade

Só as crises me definem
Minha mutabilidade não precisa de fins
Nem de motivos pra continuar
Desconstruir-me é definitivo
Enquanto no mundo eu precisar ficar
A estabilidade é a carapuça dos intransigentes
Forjamento de quem já desistiu de se buscar
Elogios não me creditam
Nem me permitiram em mim acreditar
Não é possível com tão pouco se contentar
Sendo sempre a pior cegueira
A de quem não consegue se olhar
Por isso as certezas se curvam na crise
Quando o inconformismo precisa reinar
Quebrando os hojes que nunca findam
Libertam um amanhã que precisa respirar
Por isso sigo quebrando permanências
Me descontentando com perenidades
Rejuvenesço em desmoronamentos
Largando mão do que já conheço
Encontro zonas de desconforto
Para viver o sonho das improbabilidades

Georgia, 2017

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