Saturday, September 17, 2016

Morte renovadora


"Das duas faces de uma mesma lua
Uma ilumina as histórias diluídas
Revelada, pois, é uma luz agora desempoeirada
A outra revela as entrelinhas doídas
Face lunar que me reorganiza
Bendiz meu caminho enovelado
Nessa samsara jamais interrompida
Navalha o excesso de especialidade
Meramente rarefeito
Sem espaço para tanto enfeite
O ego imaculado puxa a forca
Já não há mais espaço
Seu suicídio é eminente
Nao ha mais brilho
Nem noção de realidade
A essência sim, divinizada, há de buscar um outro espaço
Desejo a toa se desmascara
Sem brilho não há mais o que se deseje
Sem ego a paixão se perde e dentro dele se estremece
Sentimento fraterno me rompe no ar
Nada mais além do que o necessário
Assim a roda gira uma oitava acima
O sol se põe
E o vazio me rompe uma nova vez
Amado é o vácuo: pois é inteiramente meu!
Desejo iluminado é esse tal de recomeçar!
Georgia, 2016

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