Monday, February 6, 2017

Museu da eternidade



Não nasci pra me enquadrar ao mundo
Nem quero que o mundo se enquadre a mim
O mundo é apenas o laboratório da minha terra
E minha arte é a alquimia que carrego em mim

Não carrego pedras apenas para seguir as regras
A lei que me rege não funciona assim
Das incoerências sociais que não me encaixo
Encontro meus meios de não morrer dentro de mim

Antigamente já era hora da morte com a minha idade
A voz do peito sempre nos levava ao fim
A decomposição só me apetece ainda hoje
Graças ao que a justiça disse que nunca fez parte de mim

De tudo aquilo que no Tempo entra em deterioração
Faz da vida uma constante escavação
E em mim só restam artefatos e relíquias
Pois foram elas que se alinharam com minha verdadeira sina

O precioso que quase não tem a possibilidade de fim
E o valor do ouro que não baseio no espelho e pente que vem do estrangeiro para mim
A relíquia está naquilo que o Tempo mostrou que se eterniza
E a coleção do museu da minha realidade que para sempre minha existência anima

Georgia, 2017

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