Thursday, August 17, 2017

Escarros poéticos

Escarros poéticos

Enquanto o corpo for profano
Enquanto a vida for pecado
Enquanto sentir estiver errado
Enquanto a mulher for produto do mercado
Mais distante estamos do sagrado
Amarrados a uma vida de miserável
Escondendo o prazer em esconderijos malassombrados
Omitindo a face a um Deus tirano apto a coisas macabras
Que punem os filhos que forem felizes diante da chibatada
Escravos do castigo
E da barganha divinificada
Amarrados no medo
Feito crianças enclausuradas
Reprimindo as alegrias com medo de ser castigada
Abraçando a culpa pois essa foi a história sempre recontada
De um Deus maligno que aponta o dedo
Que castiga e te amarra em karma
Vivem reprimidos com medo de fazer cagada
Então insistem em barganhas
Joelhos sofridos
Cabelos rompidos
Sexo banido
e todo tipo de sacrifício
Que acalme ainda hoje
O pior desejo reprimido
De que Deus ama quem faz sacrifício

Georgia, 2017

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