Thursday, August 17, 2017

Liberdade quilombola

Liberdade quilombola

Recordando o meu quilombo
Venho denovo diante do altar
Nao sigo a sina dos alforriados
Pois não há papel que assine a minha comprobatória
Sou eu mesmo quem luto pela minha história
Pois na minha carne a liberdade é lei que já nasceu exposta
Por isso o quilombo é minha única possível vitória
Quem carrega a luz dessa etnia
Nao pode diante da chibata se subjugar
Nenhum negro quilombola
Acanhou-se diante do apanhar
Nem rebelou-se em tom de revolta
Diante da incoerência do branco que só sabe mandar
É o som do silêncio que conduz a manada
Na direção da Aurora que irá nos revelar
Não devo ao branco minha ira
Nem pago a injustiça com a revolta de uma guerra que só faria matar
Minha fé já me libertou da palmatória
E é no quilombo aonde escrevo minha única possível história
É por conta disso que aqui assino aquilo que ainda desqualifico
O fundamental que habita em todas incoerências filosóficas
Pois a Liberdade é o sobrenome de todo negro quilombola

Georgia, 2017

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