Tuesday, August 17, 2010

ilusão(pl.)

Lyon inverno 2009

Se eu pudesse decifrar o sentimento, a incognita qualitativa de meu cotidiano, seria fácil. Fácil conhecer, compreender, responder. Mas as dimensões a mim oferecidas se perdem no vácuo diante da grandiosidade do sentir.

Folhas, lembranças, mudanças, andanças e você. Não adiantaria tentar trraduzir. É o que se sente e só. Com toda a força e a delicadeza que a fina navalha penetra no íntimo robusto e pedregoso. É fina dor.

 Perder, ganhar, virou jogo. De poder, querer, ter. Mas quem tem? Eu não tenho nada. Ninguém tem nada. Não sou dona de mim. Quem dirá de qualquer coisa... Tudo virará pó, mas o sentir é efêmero: eu quero AGORA! Posso não ter, mas o sentir me possuiu e tentou tirar meu livre-arbitrio. Não tira, mas mascara.

Vida material.


Georgia Cardoso
em 27.06.2006

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