Tuesday, August 17, 2010

A parede

Fortaleza/Brazil 2006

Meu medo moveu montanhas e criou um novo sistema adaptável. Deixei de viver, de amar, de me arriscar. O novo, o estranho, o medonho: todas quimeras do dia-a-dia que tento gladiar. Mas faltam forças. Sou impotente diante de tantas barreiras inventadas e criadas não pelo Bush nem pelo Papa; é simplesmente (ou não) Georgia. 

A mente criativa, expansiva e indelével. Que cegou; emparedou. Estou presa(!). 

A batalha navalha. E navalha o narciso masoquista. Contra meu poder, minha criação, meu instrumento de trabalho. E será que vale a pena a auto-mutilação? É depredar a mente ativa e expansiva adaptada para extrapolar; ilimitar. Decepar a fluidez do pensamento, decapitar a expansão em movimento.
            
Ela tomou vida própria. Criou, rebuscou, recriou. E trouxe o medo, a nóia, paranóia: a parede.

Georgia Cardoso
em 30.05.2006

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