Sunday, December 11, 2016

Proselitismo ambiental


Não sei a idade da minha alma
Mas meus parcos anos não negam minha juventude
Acredito que tenho demasiada sorte
Pelos momentos de morrer e nascer em tão pouco tempo
Nasci desprendida de muitas bandeiras
Mesmo as que mais me salvaram da morte
Hesito: não hasteio
Não vejo motivos pra negar as diversidades de saberes
Nem faço questão que me sigam feito pastoreio
Acho que todo guerreiro de alguma maneira segura a bandeira de seu tempo
E na minha tão evidente mocidade
Sou duma boiada que clama pela sustentabilidade
Ainda não lido bem com o excesso de paixão pelo natural
Sou um tipo de pecadora ecológica
Os mais intelectuais diriam que peco por um proselitismo ambiental
O calor dos meus trinta anos se agonia diante de tanta ignorância
Não julgo merecer condenação por um fervor que não matará nem trará destruição
Política e religião, aí sim, se fantasiam de predadores que não estão ainda em extinção
Sou meio desesperada pela preservação da natureza
As neutralidades que lutei pra preservar
Em muitos casos, a urgência me fez repensar
Meus amigos mais entendidos me ajudaram a me posicionar
Sigo ouvindo os ecos da imensidão
Aceito críticas coerentes e também uma boa orientação
Afinal a arte não deixa de ser uma formadora de opinião
E tudo que mais quero é caprichar nessa lapidação
Mas não se engane, sinhá dona e vosmicê
Tenho amigos de todas as bandas
Meu culto ao natural não se choca com o plástico do vizinho artificial
Isso digo despreocupada
Porque quem manera nas máscaras de camuflagem
Não hasteia bandeiras que proclamam a falta de camaradagem
A união é laço que celebra a nossa diversidade
Georgia, 2016

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