Sunday, December 11, 2016

Tempo do amor

Queria encontrar nas palavras a sanidade que em mim deve existir
Minha paciência se esvai
Muito menos diante da injustiça
Muito mais contemplando o desamor
A injustiça me fez paciente
Porque não, benevolente
Encheu meu coração de compaixão
E me permitiu segurar as mãos de cada ser humano que cruzo
Mas o desamor não me dá paz
Não tenho ainda racionalidade que sustente a falta de amor
Esse sim seria um direito irrevogável
A lei que movimenta minha alma mesmo na escuridão
O desamor me tornou um bicho selvagem
Sou uma onça revolta protegendo os domínios da amorosidade
Sei muito pouco desdenhar a carência humana
Desqualifico apenas os vazios que não fazem crescer
Me atiro correnteza sem restrições
E quebro todas as barreiras que existem em mim
Meu excesso de paciência
Torna o tempo da vida infinito
Só a necessidade de amar me atira sem filtros
Me leva além de qualquer limite
O medo da morte não me aterroriza mais
Nem me condeno por amar demais
Há um passado que merece morrer
E meu instinto inegável me fará sobreviver
O amor passa na frente
É tromba d'agua intermitente
Liberta minha alma de infinitas resistências
Destrói o medo do ego miserável
A fluidez do amor é potencial até então acalmado
A paciência que só os injustiçados conhecem não me deixa estourar
Carrego em mim a justiça que vem com o tempo
Do futuro que me estrutura, há um presente que me sustenta
o AMOR é o próprio tempo
Georgia, 2016

No comments:

Post a Comment