Monday, December 26, 2016

Desabafos urbanos


Quanto mais prédio
Maior meu tédio
Não me encontro em meio as construções 
Nem encontro divertimento em copos de cerveja
Amores vãos não aliviam a situação
Meninas fúteis competem a cor da unha
E dinheiro é assunto de mão única
A política do artificial não deixa existir outra forma desigual
Oprime o ar das cidades envenenadas
Marionetes alienadas seguem padrões comportamentais
Não me apetece mais a poesia das resistências
Me inspira de fato tudo que se eleva no natural
Admiro verdadeiramente os poetas urbanos
Repentistas do concreto
Não precisam dos pés de manga
Vivem uma liberdade poética que não entra no meu coração
Sou demasiadamente apegada ao que veio antes da via humana
Hoje sou talvez uma poetisa medíocre
Inegavelmente apegada ao natural
Feito criança que necessita da presença dos pais
Não encontro mais inspiração fora da vida substancial
Georgia, 2016

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