Tuesday, April 18, 2017

Abismo da entrega

Eu que tenho uma vida dedicada a desaprendimentos
Assim os venero por amar me lançar em abismos
do quanto sou apaixonada pelas incertezas
e sou movida pelo entusiasmo que se gera ao me entregar
meu reencontro com Deus é necessário
Pois nasci para me lançar
Me desfazer do que sabia
Para abraçar o que nunca vivi
Seria uma suicida
Se não houvesse algo para me amparar
Eu me despenco como água de cachoeira
Pois só atravessando o que desconheço
Encontro denovo minha vontade de voar
E no berço da minha queda
Renasço para o que deixei desapegar
Abro os olhos no escuro
O vazio me fascina
Do outro lado eu nada sei
Sou seduzida por renascimentos
E poderei me eternizar comendo indefinições
Pois eu sou o instante que sucede a descontrução
E o abandono cego
Que se lança por haver a mais verdadeira esperança
Que o novo sempre será a minha única  provável cristalização

Georgia, 2017

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