Desabafos amorosos
Não me interessa camuflar imperfeições
Nem bancar muralhas que eu jamais virei a ser
Sigo verdadeiramente cansada de achismos antiquados
Recheados de velharias
Minha casa preservo com o mínimo de quinquilharia
Abandonei as repulsas
Me desfiz de adagas
Não há mais grades que forcem meu grito revolto
Não luto nem brigo mais diante das injustiças
A fogueira da heresia finalmente se apagou
Não há mais do que me proteger
Já desisti de ser esse tipo de guerreira
Caminho paciente em nova mente
E apenas choro meu alívio meio desnorteada
Diante de alguns espaços criados
Que minha consciência jamais caminhou por lá
Alivio meu coração no instante do segundo
Não convém dar compasso a máscaras em nenhum desabrochar
O cotidiano do meu pulsar é captado por qualquer um que de abraços precisar
Meu colo aberto foi Deus quem me mandou criar
E assim encontrei o amor diante dos abandonos consistentes
Se não houvesse a escuridão eu jamais buscaria em mim essa luz
E é só por isso que nunca mais deixarei de amar
Georgia, 2017
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